Há quem diga que a vida é uma festa. Outros alegam que a vida é dura e a festa existe para dar uma aliviada nessa dureza. Alguns fazem festa para celebrar, celebrar uma promoção, um nascimento, uma conquista, a vida!
Nós preferimos acreditar que a festa faz parte do ser humano e é por isso que "Queremos festa"!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O resgate do aniversário!

Não desmerecendo os mega eventos festivos, afinal, quem não fica com olhos brilhando ao ver um salão cheio de balões, quem não admira doces e bolos perfeitamente modelados, quem não volta a ser criança participando de brincadeiras e jogos nas casas de festa? Sim, nós curtimos tudo isso!

Mas confesso que aqui em casa, ainda sou do tempo em que a festa de aniversário era quase toda produzida em casa e principalmente feita com a participação das crianças. Por isso, trouxe a reprodução na íntegra de um texto do site NE10 que destaca a ação de uma professora de educação infantil preocupada em resgatar o prazer de celebrar o aniversário em seus alunos.

Vale a leitura!

" Em época de megafesta, escola resgata o real valor do aniversário

Publicado em 05.11.2013, às 19h39


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As crianças descobriram que podem participar mais ativamente da produção da sua festa
Foto: Mariana Dantas

Mariana DantasDo NE10
O bolo preparado em casa, muitas vezes com direito à “raspada da panela” pelo aniversariante, foi substituído por um “cake” com designer especial. As brincadeiras de quebra-panela e da dança das cadeiras perderam espaço para os jogos eletrônicos e a mini roda-gigante. As tias mais próximas não são mais convidadas para ajudar a servir os convidados e nem para encher os balões. Também seria impossível reunir fôlego para inflar mais de quatro mil unidades. As casas de festa já oferecem profissionais exclusivos para isso, assim como outros serviços que somados chegam a R$ 10 mil e podem alcançar até R$ 50 mil, dependendo da grandiosidade da festa. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o setor de bufês infantis apresenta um crescimento anual de aproximadamente 30%, movimentando milhões de reais.

Em meio a tantos gastos que vão de lembrancinhas à diária do manobrista, muitos pais, mesmo sem intenção, já que sempre pensam na felicidade dos seus filhos, acabam sendo envolvidos pelo consumo. A real importância da festa de aniversário, que está na simples celebração da vida junto aos familiares e amigos, deixa de ser o principal.
Convivendo com seus alunos do Grupo III da Educação Infantil, de uma escola no Recife, a professora Viviane Ribeiro percebeu que algumas crianças, a maioria com cinco anos de idade, estavam mais preocupadas com a estrutura da festa e com os presentes, do que se divertir e receber seus amigos. “Um dos alunos chegou a comentar que não queria ir para festa do colega porque seria realizada em uma casa de games e ele não gostava do lugar. Foi aí que perguntei se o mais importante era o lugar ou prestigiar o seu amiguinho”, afirmou Viviane.

A professora decidiu então desenvolver uma série de atividades em sala, onde as crianças puderam conhecer como surgiram as festas de aniversário e como eram realizadas antigamente, valorizando a participação das famílias e a importância das relações afetivas. “Pedi para que trouxessem fotos das festas dos seus pais, que geralmente ocorriam dentro de casa. Expliquei como eram as brincadeiras e as comidas, preparadas por toda a família, assim como a decoração”, explicou a professora. Outra diferença das festas está na forma de recepcionar os convidados. Em vez de deixar o presente dentro de uma caixa e informar o seu nome ao recepcionista, os convidados faziam questão de entregá-lo pessoalmente ao aniversariante para ver a sua alegria e receber um abraço. “Esses pequenos gestos de carinho marcam as nossas vidas”, disse a professora.

As crianças também descobriram que podem participar mais ativamente da produção da sua festa e escolher temas diferentes dos personagens dos desenhos infantis. “Quero uma festa original. A decoração será de estátuas”, disse o pequeno Felipe Muniz, 5. Ele, que adora estátuas, disse que irá produzi-las com os seus pais.  Já Leonardo Bezerra Félix, 5, quer uma festa repleta de cavalos e Ana Beatriz Ferreira, 5, de pôneis coloridos. Sobre a obrigatoriedade de ter lembrancinhas, mais conhecidas como caixinhas, o pequeno Vitor de Assis, 6, disse que “isso não é o mais importante e ainda estraga os dentes”.

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Ao final das atividades, os alunos prepararam uma festa para os aniversariantes do mês. A decoração foi inspirada mapa do mundo. O bolo tinha a forma do planeta terra e nas paredes, bandeirinhas de vários países. Foto: cortesia
De acordo com a coordenadora da escola, Tuca Acioli, o principal objetivo do trabalho desenvolvido pela professora foi trabalhar o conceito do consumo junto aos alunos. “Também levamos o tema para a reunião de pais. Foi muito interessante o debate e pude perceber que todos os pais concordaram com a proposta depois de refletir sobre o tema”, disse a coordenadora.

A escola também vem trabalhando o tema “Consumo: quando menos é mais” em outras turmas, abordando diferentes temas, de acordo com a realidade de cada sala. Entre os temas, o desperdício de água e energia, reciclagem, a compra sem necessidade, etc.

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